Blackfoot “Bison Time”
Essa exposição permanente conta a história dos Blackfoot, um grupo de pessoas que habitam a região das Grandes Planícies a leste das Montanhas Rochosas, entre o noroeste dos Estados Unidos e o sul do Canadá. O termo blackfoot é um exônimo europeu que se refere às cores escuras de seus calçados: esse povo se autodenomina Niitsitapi, que significa “pessoa original” em seu idioma.
A Confederação Blackfoot é formada por três nações ligadas cultural e linguisticamente: Siksiká, Kainai e Piikani. Os Blackfoot eram organizados em bandos liderados por chefes, figuras de prestígio militar e intelectual com poderes limitados. Esses bandos eram nômades e dependiam muito da caça de bisões americanos para sua subsistência. Os Niitsitapi consideravam o bisão como “o verdadeiro alimento” e não apenas o caçavam para comer, mas também usavam suas peles para fazer roupas e outros objetos de uso cotidiano e religioso. O bisão assumiu grande importância na cultura e no modo de vida desses povos.
Eles eram vistos como um símbolo de riqueza e prestígio. No entanto, a expansão e a colonização dos Estados Unidos e do Canadá Britânico fizeram com que o território da Confederação fosse ocupado e dividido entre os dois. As autoridades coloniais procuraram subjugar os nativos da região e, para isso, tentaram extinguir o bisão, um dos pilares do modo de vida dos Blackfoot.
O exército americano também massacrou centenas de nativos em episódios como o massacre do rio Marias, em Montana, em 1870. Esse contexto de ocupação e subjugação culminou com a assinatura de uma série de tratados que forçaram os Blackfoot a viver em reservas: as reservas Siksiká, Kainai e Piikani em Alberta (Canadá) e a reserva da Nação Blackfeet em Montana. Apesar dessa história de repressão, assimilação e genocídio, os Niitsitapi sobrevivem hoje, e sua cultura e idioma estão em processo de revitalização.