Inauguração das “Pipas Gigantes da Guatemala”

Exposição fotográfica de Alana Mc Connom

Durante a sua residência na Guatemala, a fotógrafa australiana Alana Mc Connom viajou pelo país registando tanto a paisagem como a rica herança das tradições locais. Através da sua câmera, a artista conseguiu captar o impacto visual único das pipas típicas de Santiago e Sumpango.

Nessas duas localidades do departamento de Sacatepéquez, o voo das pipas gigantes acontece no dia 1º de novembro, nos dias de Todos os Santos e Finados. As enormes estruturas, feitas de papel e junco, conseguem subir graças aos ventos predominantes nesta época do ano.

Sua função original era materializar o relacionamento com os ancestrais falecidos. As pipas, colocadas nas sepulturas, tornam-se mensagens de amor e proteção contra influências malévolas à medida que sobem. A partir de meados do século XX, começaram a aumentar de dimensão, assumindo também uma forma de expressão estética em que se manifesta o talento da comunidade. Os princípios básicos do design partilham, especialmente em Santiago, padrões de ritmo e cor semelhantes aos têxteis tradicionais.

As grandes superfícies das pipas permitiram abordar temas de relevância social: o cuidado com o meio ambiente, a preservação das tradições, o problema da emigração ou a dupla identidade guatemalteca e maia. Todos os anos, o vento de novembro traz mensagens de calor nas quais se cruzam laços ancestrais e preocupações contemporâneas.